Pedágio no transporte de bits encarece e aborta investimentos
quarta, 24 de agosto de 2016
Pedágio no transporte de bits encarece e aborta investimentos
Os debates e a polêmica quanto à possível renovação dos atuais contratos do pedágio ganham mais um ingrediente no Paraná. Poucos sabem que a concessão de rodovias tem efeitos muito além da cobrança sobre os veículos que transitam pelas estradas. Há impacto também em outros serviços, a exemplo do transporte de bits por redes distribuidoras instaladas às margens das rodovias, nas áreas chamadas de faixa de domínio. Esse foi um dos assuntos apresentados no sábado (20), na Acime em Medianeira, durante encontro empresarial da Caciopar.
O tema foi detalhado pelo diretor do Portal Medianeira Telecom, Liandro Paulo
Carniel, e chamou a atenção dos presentes, basicamente empresários ligados à
Caciopar, uma das entidades que já se manifestaram contrárias à prorrogação dos
atuais contratos do pedágio no Paraná. Na tentativa de baratear custos para os
clientes do seu provedor, Liandro passou a articular a instalação de uma rede
própria entre Medianeira e Cascavel, distantes uma da outra cerca de 90
quilômetros. O investimento na rede e no aluguel de estrutura da Copel, para
acesso aos dados, chegaria a R$ 1 milhão.
Liandro descobriu, no entanto, uma obrigação que inviabiliza o investimento, a
cobrança de pedágio, por parte da concessionária, somente pelo fato de existir
uma rede de distribuição às margens da rodovia. O valor do aluguel é de R$
3.267 por ano, o que corresponde a cerca de R$ 300 mil nos 90 quilômetros do
trajeto. “Essa cobrança prejudica consumidores de tecnologias fundamentais para
a vida moderna”, lamentou o empresário, que pediu a colaboração da Caciopar na
tentativa de criar meios de banir a cobrança.
O pedágio no transporte de bits não afeta apenas provedores e outras empresas
de tecnologia. A cobrança dessa forma de pedágio traz prejuízos à própria
Copel, que tem parte de sua rede instalada às margens das rodovias do Anel
Rodoviário de Integração. Enquanto uma solução para o problema não chega,
cidades que precisam comprar links e bits em outras regiões, que então são
transportados, pagam valores até 50% maiores pelo serviço, custos que são então
repassados aos consumidores. Essa realidade depõe contra a necessidade de
acesso fácil e quebra de qualquer possibilidade de exclusão digital.
Fonte: Caciopar
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